Mortes por câncer de pele

Sol da rotina dobra o risco: especialistas revelam por que 1 em cada 3 mortes por câncer de pele está ligada ao dia a dia — e não ao lazer

Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça que proteção vai muito além dos momentos de lazer

O câncer de pele continua sendo o tipo de tumor maligno mais frequente no Brasil — e os números reforçam a urgência do cuidado.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados cerca de 220 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano, representando quase um terço de todos os diagnósticos de câncer no país.

A radiação ultravioleta (RUV) segue como o principal fator de risco, e ela não está presente apenas na praia, na piscina ou nos finais de semana ensolarados.

Um estudo recente da Revista Brasileira de Medicina do Trabalho revelou que 28% da população economicamente ativa do mundo está exposta ao sol durante o trabalho.

E aproximadamente um terço das mortes por câncer de pele não melanoma está associada a essa exposição ocupacional, sobretudo entre homens e idosos.

Para o Dr. Waldec Jorge, head do Núcleo de Tumores de Pele e Sarcomas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esses dados confirmam uma realidade muitas vezes negligenciada: “O sol está presente em diferentes contextos e pode representar um risco constante. A diferença está apenas no tempo e na frequência dessa exposição, mas o efeito cumulativo é o mesmo.”

Ele ressalta que é preciso eliminar a ideia de que apenas quem “toma sol” corre risco: “A conscientização precisa ir além dos momentos de lazer.”

O sol da rotina: o vilão silencioso

As pequenas exposições diárias — rápidas, aparentemente inofensivas — podem ser tão perigosas quanto longos períodos ao ar livre.

A Dra. Larissa Montanheiro, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, reforça que esse acúmulo invisível é o maior desafio da prevenção.

“Caminhar até o ponto de ônibus, dirigir com o braço apoiado na janela ou praticar atividades ao ar livre sem proteção podem ter efeito semelhante à exposição prolongada, quando repetidos todos os dias.”

Ela explica que a radiação ultravioleta não dá sinais imediatos: “A radiação causa danos cumulativos às células da pele. Esses danos são invisíveis no início, mas se acumulam com o tempo e aumentam o risco de desenvolver câncer de pele.”

Por isso, segundo a especialista, a fotoproteção não pode ser vista como mero cuidado estético — mas como um hábito de saúde: “O uso do protetor solar deve ser visto como escovar os dentes ou usar o cinto de segurança.”


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Áreas esquecidas e cuidados essenciais

Entre os pontos que mais recebem danos solares, alguns passam despercebidos pelos pacientes.

“A orelha é uma das regiões de maior risco e costuma ser esquecida na hora de aplicar o protetor”, alerta a Dra. Larissa.

Ela lembra que o couro cabeludo também exige atenção especial: “Em pessoas com rarefação ou perda capilar, a exposição é direta. Nesses casos, o uso do chapéu é fundamental.”

A recomendação geral inclui:

  • Protetor solar com FPS 30 ou maior
  • Reaplicação ao longo do dia
  • Roupas leves com proteção
  • Chapéus de aba larga
  • Óculos escuros com filtro UV

E um alerta importante da especialista: “Mesmo quem não trabalha ao ar livre deve lembrar que o sol atravessa vidros e reflete em superfícies como água, areia e concreto.”

Reconhecer sinais pode salvar vidas

Os tipos mais comuns de câncer de pele são o carcinoma basocelular e o espinocelular. O melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo e pode se espalhar rapidamente.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia reforça que o diagnóstico precoce garante mais de 90% de chance de cura — tanto para carcinomas quanto para melanomas.

Por isso, o autoexame é um aliado. A Dra. Larissa recomenda a aplicação da regra ABCDE no acompanhamento de pintas e lesões:

  • A – Assimetria: formas desiguais
  • B – Bordas: irregulares ou mal definidas
  • C – Cor: variações ou múltiplas cores
  • D – Diâmetro: maior que 5 mm
  • E – Evolução: mudança no tamanho, forma ou cor

E reforça: A chave é observar a própria pele e procurar um especialista diante de qualquer lesão nova, ferida que não cicatriza, ou pinta que muda de cor ou formato.”

O Dr. Waldec concorda e lembra que agir cedo faz toda a diferença:O diagnóstico precoce faz toda a diferença.”

Para ele, o Dezembro Laranja é um convite à prática diária, e não sazonal: “O mesmo sol que afeta quem trabalha sob ele oito horas por dia é o que incide sobre nós em trajetos curtos ou atividades comuns. A diferença é que os efeitos são silenciosos, e o tempo, nesse caso, é o verdadeiro fator de risco.”

Perguntas frequentes – mortes por câncer de pele

1. Câncer de pele só acontece em quem toma sol na praia ou piscina?

Não. Especialistas explicam que as pequenas exposições diárias — como caminhar até o ponto de ônibus ou dirigir com o braço na janela — também acumulam danos.

Segundo a Dra. Larissa Montanheiro, “a radiação ultravioleta causa danos invisíveis que se acumulam ao longo dos anos”.

2. Quanto da exposição solar é considerada perigosa?

Não existe um tempo “seguro” absoluto. O risco vem da soma da exposição ao longo da vida.

O Dr. Waldec Jorge reforça: “O efeito cumulativo é o mesmo, independentemente de ser no lazer ou na rotina.”

3. Quem trabalha em ambientes internos também precisa usar protetor solar?

Sim. O sol atravessa vidros e reflete em superfícies como concreto, areia e água.

De acordo com a Dra. Larissa, “mesmo quem não trabalha ao ar livre deve se proteger todos os dias.”

4. Quais são os sinais que merecem alerta?

Pintas que mudam de formato, cor ou tamanho; feridas que não cicatrizam; manchas novas e lesões irregulares.
Use a regra ABCDE como guia e procure um dermatologista ao notar qualquer mudança.

5. Qual protetor solar devo usar no dia a dia?

Especialistas recomendam FPS 30 ou mais, com reaplicação ao longo do dia. Chapéus, óculos e roupas com proteção UV completam o cuidado.

6. As áreas que mais recebem sol são sempre as mais protegidas?

Não. Orelhas, nuca, lábios e couro cabeludo estão entre as regiões mais esquecidas — e também entre as mais vulneráveis.

A Dra. Larissa destaca: “A orelha é uma das regiões de maior risco e costuma ser esquecida.”

7. Câncer de pele tem cura?

Sim. Quando detectados cedo, carcinomas e melanomas têm mais de 90% de chance de cura, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

8. Por que o Dezembro Laranja é tão importante?

Porque reforça a conscientização e incentiva consultas, prevenção e diagnóstico precoce.

Como resume o Dr. Waldec: “Proteger a pele é um gesto diário, não sazonal.”

Para falar com nossa equipe, entre em contato pelo nosso formulário ou pelo @simplicitycleanbeauty.

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