O óleo de rosa mosqueta é um dos óleos vegetais mais estudados e utilizados na dermatologia e estética.
Reconhecido há décadas por suas propriedades regeneradoras, ele auxilia na cicatrização de feridas, prevenção de estrias, clareamento de manchas e combate ao envelhecimento cutâneo.
Apesar da fama, muitos mitos confundem consumidores.
A aromaterapeuta Daiana Petry, pesquisadora e autora do livro “Óleos vegetais: Para o cuidado da pele e dos cabelos”, comenta os equívocos mais comuns e apresenta as evidências científicas.
Mitos sobre o óleo de rosa mosqueta
Mito 1: O óleo clareia manchas devido à tretinoína
Um dos equívocos mais comuns é acreditar que apenas o óleo de Rosa rubiginosa clareia manchas por conter ácido trans-retinoico (tretinoína).
“A tretinoína é, de fato, utilizada em dermatologia para tratar acne, linhas finas e hiperpigmentações — mas sempre em concentrações entre 0,025% e 0,3% — e o óleo de Rosa rubiginosa contém apenas 0,357 mg/L, o que corresponde a aproximadamente 0,00003% de concentração. Uma quantidade muito pequena, incapaz de reproduzir o efeito clareador atribuído ao medicamento. Ou seja, não há base científica para afirmar que o óleo clareia manchas devido à tretinoína, nem que seu uso deve ser restrito ao período noturno”, explica Daiana Petry.
O estudo citado mostra que o óleo prensado a frio apresenta cerca de sete vezes mais ácido trans-retinoico do que o obtido por solvente, ainda assim em níveis muito baixos (Ilyasoğlu, H., 2014).
Mito 2: O óleo é rico em vitamina C
Outra ideia equivocada é que o óleo seria rico em vitamina C. Na realidade, o ácido ascórbico é hidrossolúvel, concentrando-se nas cascas e sementes, mas não se mantém no óleo.
“Quem busca vitamina C da planta deve recorrer ao extrato — e ainda assim com atenção à estabilidade da molécula, que é altamente instável e exige fornecedores confiáveis”, afirma Daiana.
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Benefícios comprovados do óleo de rosa mosqueta
Aliado no cuidado da pele
O óleo vegetal possui respaldo científico graças à combinação de ácidos graxos essenciais — linoleico, linolênico e oleico — que promovem hidratação, reduzem inflamações e podem auxiliar em hiperpigmentações induzidas por radiação UV (Ando H, et al., 1998).
“O óleo de rosa mosqueta é um verdadeiro aliado da pele, ajudando a manter a saúde cutânea e o equilíbrio natural da barreira protetora”, complementa Daiana.
Rico em antioxidantes
As frações insaponificáveis concentram antioxidantes, como tocoferóis e carotenoides. O beta-caroteno, precursor da vitamina A, confere ao óleo sua coloração alaranjada e protege a pele contra radicais livres.
Recuperação e cicatrização da pele
Estudos confirmam o efeito regenerador do óleo.
Em pesquisa com 108 pacientes idosos submetidos à remoção de tumores, aqueles que aplicaram o óleo duas vezes ao dia após a retirada dos pontos tiveram resultados superiores ao grupo-controle:
73% não apresentaram eritema em 12 semanas (contra 50% no grupo sem tratamento)
63% não apresentaram descoloração (contra 21% no grupo sem tratamento)
85% não apresentaram hipertrofia (contra 62% no grupo sem tratamento) (Valerón-Almazán P, et al., 2015)
“Na prática, a aplicação do óleo demonstrou benefícios claros na evolução estética das cicatrizes. Outros estudos também apontam que seu uso em feridas abertas promove cicatrização rápida e segura, sem reações adversas, inclusive em peles sensíveis”, comenta Daiana.
Pesquisas anteriores confirmam a eficácia do óleo na cicatrização de úlceras cutâneas, reforçando sua segurança para peles delicadas (Moreno Gimenez JC, et al., 1990).
Como usar o óleo de rosa mosqueta
O óleo pode ser utilizado em todos os tipos de pele, mas em casos de pele oleosa e acneica, a aplicação deve ser moderada.
“É especialmente útil em áreas de ressecamento e espessamento, como joelhos, cotovelos e calcanhares. Para isso, basta massagear de 2 a 3 gotas diretamente na região até a pele ficar macia. Já para tratar cicatrizes, a dica é iniciar a aplicação após retirada dos pontos, com a cicatriz já fechada, duas vezes ao dia (manhã e noite), massageando suavemente a região por 1 a 2 minutos”, finaliza Daiana.
Óleo de Rosa Mosqueta: ciência e cuidados que fazem a diferença na pel
O óleo de rosa mosqueta separa mitos e verdades com base científica.
Com comprovação clínica, ele é um aliado eficaz para hidratação, cicatrização e proteção antioxidante da pele quando usado corretamente.
Para quem busca cuidado natural e embasado cientificamente, o óleo de rosa mosqueta pode ser incluído na rotina de skincare, garantindo resultados visíveis e saudáveis.
Referências
Ilyasoğlu, H. Characterization of Rosehip (Rosa canina L.) Seed and Seed Oil. International Journal of Food Properties. 2014;17(7):1591-8. doi:10.1080/10942912.2013.777075.
Ando H, et al. Linoleic acid and alpha-linolenic acid lightens ultraviolet-induced hyperpigmentation of the skin. Arch Dermatol Res. 1998 July;290(7):375-81. doi:10.1007/s004030050320.
Valerón-Almazán P, et al. Evolution of Post-Surgical Scars Treated with Pure Rosehip Seed Oil. Journal of Cosmetics, Dermatological Sciences and Applications. 2015;5:161-7. doi:10.4236/jcdsa.2015.52019.
Moreno Gimenez JC, et al. Tratamiento de las úlceras cutáneas con aceite de rosa de mosqueta [Treatment of skin ulcer using oil of mosqueta rose]. Med Cutan Ibero Lat Am. 1990;18(1):63-6. PMID: 2214931.
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