O Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), realizado em 2024, revela dados atualizados sobre a distribuição das doenças de pele no Brasil.
A pesquisa mostra que a acne lidera os diagnósticos, seguida por psoríase e câncer de pele.
O levantamento também destaca diferenças importantes entre os atendimentos na rede pública e privada, e o impacto de fatores como idade, escolaridade e cor da pele no acesso à saúde dermatológica.
O que é o Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da SBD?
O Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da SBD é um estudo realizado com dermatologistas associados para mapear as doenças mais comuns na prática clínica brasileira.
A edição de 2024 contou com 300 médicos e mais de 26 mil atendimentos ambulatoriais, em serviços públicos e privados, cobrindo todas as regiões do país
“Contribuir com a formulação de políticas públicas, orientar sobres as prioridades na formação e atualização dos dermatologistas, bem como o planejamento da organização dos serviços credenciados e, por fim, balizar os investimentos e pesquisas da indústria farmacêutica, são os principais objetivos e entregas do inquérito”
Dr. Heitor de Sá Gonçalves, médico dermatologista e idealizador do levantamento durante sua gestão como presidente da instituição no Biênio 2023-2024.
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Quais são as doenças de pele mais comuns no Brasil?
Os dados apontam que a acne é a principal causa de consulta dermatológica no país, representando 9,5% dos diagnósticos. Outros problemas frequentes incluem:
- Psoríase (7,1%)
- Câncer de pele (neoplasias malignas) (6,9%)
- Dermatite atópica (6,7%)
- Alterações causadas por radiação solar crônica (5,6%)
“A prevalência de acne entre os jovens é explicada pela busca por autoestima e pelas opções de tratamento hoje disponíveis, que incluem medicamentos altamente eficazes. O crescimento da rede privada também facilitou o acesso ao dermatologista”
Dr. Heitor.
Essas condições afetam diferentes faixas etárias e exigem abordagens específicas de tratamento.
O câncer de pele, por exemplo, foi mais diagnosticado na rede pública, indicando o papel essencial do SUS na triagem de doenças graves.
Quem mais procura o dermatologista no Brasil?
A maioria dos pacientes que consultaram dermatologistas em 2024 era:
- Do sexo feminino (61,8%)
- De cor branca (68,2%)
- Com idade entre 25 e 59 anos (45,5%)
- Com ensino superior completo, especialmente na rede privada
Os dados também revelam que o nível de escolaridade influencia diretamente no tipo de atendimento: 90,2% das pessoas com ensino superior completo utilizaram o sistema privado.
Por outro lado, usuários com baixa escolaridade dependem majoritariamente do serviço público
Diferenças entre rede pública e privada
O estudo evidenciou contrastes importantes:
- Na rede privada, 42,8% das consultas foram primeiras avaliações.
- Na rede pública, 68,7% foram retornos, o que indica um perfil de acompanhamento contínuo.
- Pacientes brancos predominam na rede privada (74,7%), enquanto pardos e pretos são maioria na pública (42,7%).
- Na rede privada, 53,8% dos atendimentos foram de pessoas com ensino superior; na pública, esse número cai para 10,9%.
Essas diferenças sugerem desigualdades no acesso aos cuidados dermatológicos e reforçam a necessidade de ampliar os serviços e ações educativas nas regiões mais vulneráveis.
Por que esses dados são importantes para a saúde da pele?
Conhecer a frequência e a distribuição das doenças de pele permite:
- Criar campanhas de prevenção mais eficazes.
- Direcionar recursos públicos e privados para onde são mais necessários.
- Fortalecer o papel do dermatologista como agente de educação em saúde.
- Planejar melhor os atendimentos nos serviços de saúde.
“Os dados nos mostram onde estão os principais desafios e onde devemos atuar. O aumento nos casos de câncer de pele reforça a necessidade de fortalecer campanhas de prevenção, além de ampliar a capacitação dos dermatologistas em cirurgia oncológica”
Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD
A SBD reforça que a análise contínua desses dados é essencial para promover melhorias reais na saúde da população.
A pesquisa foi coordenada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com base em metodologias estatísticas reconhecidas.
Importante:
As informações contidas neste artigo têm finalidade educativa.
Para diagnóstico e tratamento de doenças de pele, consulte um dermatologista certificado.
Consulte o site da SBD para encontrar profissionais qualificados em sua região: www.sbd.org.br
FAQ – Resultados do Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da SBD
O que é o Inquérito Epidemiológico/Dermatológico da SBD?
É uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com o objetivo de mapear as principais doenças de pele no Brasil, com base nos atendimentos ambulatoriais realizados por dermatologistas em todo o país.
A edição de 2024 coletou dados em serviços públicos e privados.
Quais foram as doenças de pele mais frequentes em 2024?
Segundo o levantamento da SBD, as doenças mais diagnosticadas foram:
- Acne (9,5%)
- Psoríase (7,1%)
- Neoplasias malignas da pele (6,9%)
- Dermatite atópica (6,7%)
- Alterações causadas pela exposição solar crônica (5,6%)
Qual a importância desse inquérito para a saúde pública?
O inquérito orienta o planejamento de políticas públicas, formação de dermatologistas e investimentos da indústria farmacêutica.
“Contribuir com a formulação de políticas públicas […] são os principais objetivos e entregas do inquérito”, afirma o Dr. Heitor de Sá Gonçalves, idealizador da pesquisa.
Quem mais busca atendimento com dermatologistas?
A pesquisa mostra que:
- 61,8% dos pacientes são mulheres
- 68,2% são de cor branca
- A maioria tem entre 25 e 59 anos
- Pacientes com ensino superior completo utilizam majoritariamente a rede privada
Qual a diferença entre os atendimentos públicos e privados?
A rede privada atende mais primeiras consultas (42,8%)
A rede pública tem maior número de retornos (68,7%)
O câncer de pele é mais diagnosticado no SUS, o que reforça sua importância no tratamento de casos graves
Por que a acne é tão comum entre os jovens?
“A prevalência de acne entre os jovens é explicada pela busca por autoestima e pelas opções de tratamento hoje disponíveis”, explica o Dr. Heitor.
Além disso, a maior presença de serviços privados também contribui para o aumento dos diagnósticos.
O câncer de pele está aumentando?
Sim. A pesquisa identificou crescimento nos diagnósticos de neoplasias malignas, especialmente na rede pública.
“O aumento nos casos de câncer de pele reforça a necessidade de fortalecer campanhas de prevenção”, destaca o presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui.
Como posso saber se tenho alguma dessas doenças de pele?
A melhor forma é procurar um dermatologista para uma avaliação profissional.
Sintomas como manchas, feridas que não cicatrizam, coceiras persistentes ou inflamações merecem atenção médica.
Onde encontro um dermatologista de confiança?
Você pode consultar o site da Sociedade Brasileira de Dermatologia:
Lá estão listados profissionais associados em todo o Brasil.
Os dados do inquérito estão disponíveis ao público?
Sim. A SBD disponibiliza o relatório completo da pesquisa em seu site oficial, com acesso gratuito para profissionais da saúde, gestores e população geral.
Referências
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Inquérito Epidemiológico/Dermatológico Nacional 2024